sexta-feira, 28 de maio de 2010

PIXO.



A pichação é uma ação de transgressão para marcar presença, chamar atenção para si por meio da subversão do suporte. Muitas vezes o nome pichado é repetido como uma espécie de carimbo pela cidade. A pichação não configura gesto estético obrigatório - em relação à forma e conteúdo - embora possa ocorrer.

O pichador tem a estética como valor secundário, há um privilégio pela palavra (tipografia), no caso de desenhos ou ilustrações, eles costumam ser muito simples, próximos de símbolos. Na colorização da mensagem utiliza-se pouca cor, na maioria dos casos só uma cor. Os suportes para a pichação nunca são autorizados ou cedidos, são sempre tomados de assalto, ao contrário do grafite, não existe preferência por superfícies maltratadas e sim por superfícies novas ou onde já existam pichações no lugar. Portanto, os suportes são os mais variados possíveis, dos topos dos prédios a monumentos, museus, inclusive espaços da cidade onde o suporte contenha valor histórico ou cultural.

Evitando nesse momento qualquer tipo de apologia à pichação, é importante que se perceba o fenômeno de forma imparcial para notar que a pichação, apesar de ser uma atividade ilegal, é um movimento independente que os indivíduos atuam de forma a construir e decidir conscientemente as suas ações. O pichador propõe um novo significado para o local, ele transforma a cidade com suas escrituras.


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